Gustav estava na cozinha do seu restaurante observando o os arredores, as panelas recém compradas penduradas, o piso branco imaculado, sua própria roupa de chef sendo usada pela primeira vez na sua própria cozinha.
-Acho que isso é o suficiente... –Sussurrou andando até a área de clientes, as mesas de madeira de marfim rosa em cada uma das mesas, assim como as cadeiras, a iluminação amena para oferecer privacidade aos clientes. As janelas de vidro para o lado de fora, que dava direto para a Torre Eiffel. Depois de 42 anos enfim realizou seu sonho de abrir seu próprio restaurante, dedicou toda sua vida aquele objetivo, renunciou de amigos, amores, e até família por um tempo, mas enfim conseguiu.
Pegou seu celular para rever a lista de convidados para a inauguração do lugar. Havia atores, empresários de sucesso, e até cantores de fama internacional, ter dedicado a vida a criar uma imagem antes de abrir o lugar foi a melhor coisa que fez.
Gustav estava pronto para ir embora, mas ouviu o som da porta dos fundos se abrindo, achou que era um do seus funcionários vindo se deleitar com o lugar antes de travar uma guerra no dia seguinte.
Ao ir verificar viu que não era um funcionário, mas sim seu antigo chefe do restaurante em que trabalhou boa parte de sua vida.
-O que está fazendo aqui Jhon, não o lembro de ter o convidado. –Falou Gustav ríspido.
-Achou mesmo que eu fosse deixar você abrir a porra de um restaurante do lado do meu? Achou que sua traição passaria impune, me usaria como escada e ficaria de boa? –O homem tirou uma arma de suas costas e apontou para Gustav, o mesmo levantou as duas mãos.
-Traição? Sempre deixei minhas intenções claras quando fui trabalhar para você Jhon –Gustav olhava ao arredor tentando encontrar algo para que pudesse se defender, xingou a si mesmo quando lembrou que havia guardado todos os utensílios, uma panela, sim, ela serviria-, e sejamos francos, você nunca tratou seus subordinados bem, só me manteve ao seu lado porque era eu que preparava os melhores pratos, te usei? Foi você que me usou, se promoveu em cima das minhas ideias. –A cada palavra dava um passo lento em direção ao as panelas penduradas.
-Você sempre foi uma pessoa orgulhosa, mesmo vindo do lixo, sempre se achou um rei da selva, deixe eu te falar uma coisa Gustav, você sempre foi um rato, nada mais e nada menos.
Um clarão e um som estridente tomou o lugar. Gustav parou por um momento e olhou par ao peito, o branco de sua roupa começou a ficar manchado de vermelho. Ele tropeçou na bancada de serviço, sentindo suas pernas ficarem cada vez mais fracas. E então, o escuro o tomou.