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Chapter 89 - Capítulo 89 – A Caverna do Sabre de Jade

Shin avançou sem hesitar, seus passos firmes ecoando nas paredes da caverna. A figura que havia encontrado momentos antes desaparecera como uma sombra, mas suas palavras ainda reverberavam em sua mente, um alerta claro: "Nem todos os segredos devem ser desvendados." No entanto, Shin já tinha decidido. Ele não voltaria agora. Seu destino estava entrelaçado com aquele poder oculto, e ele precisava descobrir o que realmente estava em jogo.

O túnel parecia interminável. A cada passo que dava, a pressão no ar aumentava, como se uma força invisível o empurrasse para frente. A escuridão era densa, mas seus olhos se ajustaram rapidamente, permitindo-lhe ver com clareza. No entanto, mesmo com a visão aguçada, ele não conseguia ignorar a sensação de estar sendo observado, como se algo ou alguém estivesse vigiando cada movimento seu.

Finalmente, ele chegou a uma enorme sala subterrânea, o ar mais pesado do que nunca. O lugar era vasto, as paredes de pedra cobertas por musgo, e no centro da sala havia uma estrutura impressionante. Uma grande plataforma de pedra, no centro, onde repousava um sabre enorme, envolto em uma aura verde esmeralda. O Sabre de Jade. Seu poder estava quase palpável, e Shin podia sentir a energia que emana dele.

O sabre estava empoleirado em um pedestal de cristal, a lâmina parecia brilhar suavemente à luz da lua que se infiltrava por uma abertura no teto da caverna. Havia algo de hipnotizante sobre ele, algo que atraía Shin para mais perto.

Mas antes que pudesse dar mais um passo, uma voz profunda soou no ar, reverberando por toda a caverna.

— Você chegou. Mas está preparado para o preço que terá de pagar, Shin Ryouma?

Shin parou, a voz conhecida ressoando em sua mente. Era a mesma figura que ele havia encontrado anteriormente. No entanto, agora a presença parecia mais forte, mais próxima, como se estivesse se materializando.

O homem apareceu à sua frente, o manto negro ainda ocultando a maior parte de seu corpo. Seus olhos brilhavam como chamas, e sua aura emanava um poder antigo e descomunal. Ele não parecia humano, algo que Shin já suspeitava desde o momento em que o viu. O ser diante dele estava em um plano totalmente diferente, algo além do alcance de qualquer mortal.

— O Sabre de Jade é um poder incomensurável — continuou o ser. — Muitos vieram atrás dele, mas poucos saíram vivos. Aqueles que tentaram controlar seu poder, acabaram sendo consumidos por ele. Não subestime o que está à sua frente.

Shin o encarou, uma calma estranha tomando conta dele. Ele não tinha medo, não mais. A curiosidade e o desejo de entender o que estava realmente em jogo haviam superado qualquer receio. Ele sabia que não estava apenas diante de uma arma, mas de algo que poderia alterar o curso de sua jornada, talvez até o destino de todos ao seu redor.

— O que você está dizendo? O que é esse poder? — Shin perguntou, sua voz firme, mas com uma pontada de dúvida.

O ser sorriu levemente, como se estivesse apreciando a postura desafiadora de Shin.

— O Sabre de Jade é mais do que uma simples arma. Ele foi criado por uma civilização antiga, uma raça que sabia manipular as leis do universo. Aqueles que dominavam o sabre tinham o poder de controlar o tempo, o espaço, e até mesmo a própria essência da vida e da morte. Mas esse poder é uma faca de dois gumes. Aqueles que o possuíam podiam tanto salvar mundos quanto destruí-los.

A revelação caiu como um peso sobre os ombros de Shin. Ele sabia que o sabre tinha algum tipo de importância, mas nunca imaginou que fosse tão poderoso, tão perigoso. O que ele deveria fazer agora? Ele tinha que enfrentar o poder oculto que estava diante dele, ou poderia simplesmente desistir e ir embora, levando consigo as lições que havia aprendido até então?

— Você está dizendo que eu deveria apenas desistir? — Shin perguntou, mais para si mesmo do que para o ser à sua frente.

— Não, Shin Ryouma. Não é isso que estou dizendo. Você tem o direito de tentar, mas saiba que o custo pode ser grande. Muito grande.

O ser fez uma pausa, olhando para ele com uma intensidade que parecia atravessar sua alma.

— Você é especial. O Sistema que você carrega não é algo que qualquer um tenha. Você tem uma chance de controlar o Sabre de Jade, mas também tem a chance de ser consumido por ele, como todos os que vieram antes de você.

Shin sentiu uma onda de ansiedade passar por ele, mas sua determinação era mais forte. Ele não podia deixar que o medo o controlasse. Ele já havia enfrentado desafios antes e sabia que precisava continuar. Mesmo que o poder do Sabre de Jade fosse imenso, ele tinha algo que o diferenciava dos outros: o Sistema. Ele poderia usá-lo para compreender o que estava por trás desse poder, controlar seus limites e, quem sabe, até usá-lo a seu favor.

Com uma respiração profunda, Shin deu um passo à frente, aproximando-se do pedestal onde o sabre estava repousado. A energia que irradiava dele parecia sussurrar em seus ouvidos, chamando-o. Ele podia sentir sua alma sendo atraída para aquela lâmina.

O ser à sua frente observava atentamente, sem dizer uma palavra. Ele não o deteve, não tentou impedi-lo. Era como se estivesse aguardando o inevitável.

Shin estendeu a mão, tocando a lâmina do Sabre de Jade.

Instantaneamente, uma explosão de energia percorreu seu corpo. Sua mente foi invadida por visões caóticas de tempos antigos, de batalhas que transcenderam a compreensão humana, de criaturas que não deveriam existir e de mundos que se desfaziam em um piscar de olhos. O poder do sabre parecia querer consumi-lo, e por um momento, Shin sentiu que perderia o controle.

Mas, no último momento, ele usou o poder do Sistema. Uma energia dourada envolveu seu corpo, estabilizando sua mente e protegendo sua alma do poder avassalador que tentava invadi-lo. Ele não era mais um simples mortal. O Sistema havia se conectado com a essência do Sabre de Jade, permitindo que ele mantivesse o controle.

Com um grito de força, Shin ergueu o sabre. O poder de vida e morte estava agora em suas mãos. Mas ele sabia que este era apenas o começo. Ele não sabia o que o futuro lhe reservava, mas uma coisa era certa: o caminho para o poder estava se abrindo, e ele estava pronto para caminhar por ele, custasse o que custasse.

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